XXXIV domingo do Tempo Comum
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Reflexões sobre as leituras
de LUCIANO MANICARDI
Com reservas diante de Pilatos, Jesus clarifica eventuais equívocos sobre a sua realeza: esta não pode ser entendida como poder de ordem mundana e terreno.
25 novembro 2012
de LUCIANO MANICARDI
Ano B
Dan 7,13-14; Sal 92; Ap 1,5-8; Jo 18,33b-37
O ano litúrgico conclui-se com a celebração de Cristo ressucitado e elevado aos céus que recebeu do Pai o poder do céu e da terra e estende o seu reino sobre todo o Universo. Deste acontecimento é profética a visão de Daniel e é celebração doxológica o texto do Apocalipse. O Evangelho, apresentando o confronto entre Jesus e Pilatos, ajuda a compreender evangelicamente a qualidade do "reino" de que Jesus é portador. E ajuda a desfazer a ambiguidade de uma festa que celebra o “título” de Cristo (as liturgias antigas não celebravam os títulos de Cristo mas confessavam-os a partir das suas manifestações históricas na vida de Cristo) e que é marcada pelo clima cultural e político da época em que foi instituida (Pio XI, encíclica Quas primas de 1925) e ao qual procurava reagir com uma concepção da realeza de Cristo também como rerum civilium imperium.
Os três textos ajudam-nos a colher as três dimensões do reino de Deus sobre a humanidade. Em Daniel a figura que recebe o poder e o reino (cf. Dn 7,13-14) é uma personalidade corporativa, os filhos do Altíssimo (cf. Dn 7,18), o povo eleito e perseguido, testemunha de fé até ao martírio. O Apocalipse anuncia a parúsia de Cristo, a sua vinda gloriosa; mas parúsia significava, no mundo antigo, a entrada solene do Rei na sua cidade para a tomada de posse. Cristo, com a sua vinda solene, manifestará a sua presença real a cada criatura cujo efeito será o arrependimento: “Todos os olhos o verão, até mesmo os que o trespassaram. Todas as nações da terra se lamentarão por causa dele." (Ap 1,7). Quanto ao confronto entre Jesus e Pilatos, ele precede a entrega de Jesus à crucifixão e a própria cruz será o lugar da paradoxal realeza de Jesus. Cruz, martírio, arrependimento: Cristo revela a sua realeza na cruz e o crente deixa que a realeza de Cristo se manifeste na sua vida através do arrependimento e do testemunho de fé até ao martírio.
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