XXVIII domingo do Tempo Comum
Pág. 3 de 3
As palavras de Jesus sobre a fé do Samaritano significam que a salvação é real se a celebramos: o dom de Deus é realmente acolhido quando sabemos agradece-lo, ou seja, quando o reconhecemos e confessamos a sua origem. Apenas na ação de graças o dom é reconhecido como dom. Por isso o coração do culto cristão chama-se Eucaristia: diante do dom de Deus, não há nada mais a fazer do que agradecer, tornar-mo-nos eucarísticos (cf. Col 3,15), vivermos em ação de graças.
Todos curados mas apenas um salvo. Esta é a situação dos dez leprosos que Jesus encontrou. Na revelação bíblica, a cura evangélica e a salvação são muitas vezes associadas e a salvação é significada e antecipada pela cura. Hoje, diante da desvalorização cultural de uma salvação divina, a relação salvação - cura é invertida e a salvação é transformada numa dilatação de si, aqui e agora, cura de todos os aspetos físicos e psíquicos da existência, para que se possa viver uma vida “expandida”, “plena”. Mas a descoberta da dimensão terapêutica da fé não pode terminar numa escravização do espiritual às necessidades do indivíduo e não pode esquecer a dimensão trágica da existência, o não-curado, o doente, desde o nascimento, o sofrimento inocente, o mal que não acaba. Não pode esquecer a cruz de Cristo.
Reflexões sobre as leituras
de LUCIANO MANICARDI
de LUCIANO MANICARDI
Comunidade de Bose
Eucaristia e Parola
Textos para as Celebrações Eucarísticas - Ano C
© 2009 Vita e Pensiero