XXIII Domingo do Tempo Comum
A autenticidade do amor que brota do Evangelho manifesta-se na capacidade de corrigir aquele que se ama. O amor “espiritual”, não psíquico, vence a tentação de calar o pecado cometido pelo amigo, com medo de perder a sua amizade. A correcção fraterna diz que o amor cristão deve ser vivido com responsabilidade pelos outros e pelo mundo.
A correcção fraterna deve ser vista, também, do lado de quem a recebe, que é sempre um irmão, um membro da comunidade cristã. Implica humildade e disponibilidade para repensar e para recomeçar. A autêntica correcção fraterna não é juízo e muito menos condenação, mas um acontecimento sacramental que faz com que Cristo reine entre quem a pratica e quem a recebe. Ela exige uma palavra de coragem: coragem que nasce apenas quando a nossa palavra radica na Palavra do Evangelho.
Os três "graus" do processo disciplinar de quem pecou, na Igreja (cf. Mt 18,15-17), indicam a prudência e o gradualismo necessários entre a instância evangélica e o irmão pecador a fim de o recuperar. O horizonte da correcção fraterna é o que foi expresso pelo profeta Ezequiel, segundo o qual Deus não deseja a morte do pecador mas que este se converta e viva (cf. Ez 33,11).