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XVII domingo do tempo comum

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Partilha e dom dos pães
Partilha e dom dos pães
29 julho 2012
Reflexões sobre as leituras
de
LUCIANO MANICARDI
O pão é o símbolo mais adequado para exprimir as necessidades do homem e o amor de Deus. Toda a história da salvação pode ser resumida no gesto em que Deus "dá o alimento a todo o ser vivo" (Salm 136, 25)      

domingo 29 julho 2012
de LUCIANO MANICARDI

Ano B

2Re 4,42-44; Sal 144; Ef 4,1-6; Jo 6,1-15

O pão, alimento essencial do homem mediterrânico, é sinal da atenção de Deus pelo homem e do seu amor abundante como prova o trecho em que vinte pães de cevada, "segundo a Palavra de Deus" transmitida pelo Profeta Eliseu, não só matam a fome a cem pessoas como ainda sobram (I leitura). No Evangelho, cinco pães de cevada e dois peixes, de acordo com os gestos e a Palavra de Jesus, matam a fome a cinco mil pessoas e também sobram. Mais do que a multiplicação, devemos falar de partilha e de dom

A iniciativa de saciar a fome das multidões não parte dos discípulos (como nos sinópticos), mas diretamente de Jesus. Não é motivada sequer pela compaixão em face de pessoas cansadas ou perdidas (como em Mc 6,34; 8,2; Mt 15,32). O gesto de Jesus é absolutamente gratuito: é uma ação, não é uma reação. Nasce, apenas e só, do seu olhar sobre a multidão, naquele tempo próximo da Páscoa (cf. Jo 6,4). O seu gesto surge como uma revelação: seja em relação a Deus que, na Páscoa, cumprirá o seu amor abundante pelo homem dando o seu próprio filho pela vida do mundo, seja em relação ao homem e à sua fome, que não se deve a circunstâncias particulares, mas que é, fudamentalmente, constitutiva. Esta fome não é uma desgraça, mas é a verdade humana orientada para a verdade de Deus que a precede e que a funda e que é o desejo de Deus de se entregar ao homem para que estejam em comunhão e para que o homem tenha a vida em abundância.

O pão é o símbolo mais adequado para exprimir as necessidades do homem e o amor de Deus. Toda a história da salvação pode ser resumida no gesto em que Deus "dá o alimento a todo o ser vivo" (Sal 136,25). Realidade humanissima, o pão é um símbolo de vida, contém em si uma referência à natureza, à cultura, à terra, ao trabalho do homem, à sua corporiedade, à sua pobreza fundamental, à sua dimensão de convivialidade e de encontro, de sociabilidade e de comunhão, no fundo a tudo aquilo que dá sentido à vida sustentada pelo pão. O pão simboliza tudo aquilo que é essencial à vida.

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