Magnificat, Benedictus, Nunc dimittis
Os cânticos de Maria (Magnificat), de Zacarias (Benedictus) e de Simeão (Nunc dimittis) apresentados no Evangelho de Lucas, são um louvor profético gerado pelo ambiente de oração do povo de Deus que espera a salvação, espera o Messias e O reconhece em Jesús, o Senhor. São, portanto, cânticos escatológicos por excelência, cânticos de cumprimento das profecias que ligam indissoluvelmente Israel e a Igreja, o Antigo e o Novo Testamento. Maria, recebida a benção de Isabel, não se contém porque sente que o Espírito, de que estava cheia, abriu os lábios da já idosa prima, a estéril que se tornou fecunda, e fez nascer João Baptista. O mesmo Espírito faz, agora, sair de si o Verbo, a Palavra concebida e por isso exclama: "A minha alma bendiz o Senhor".
ENZO BIANCHI
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© 2001 Edizioni Qiqajon
Zacarias, diante do nascimento prodigioso de João, pleno do Espírito Santo canta a visita do Messias e profetiza o papel do pequeno que nasceu: será Ele o percursor do Senhor, o novo Elias que inaugura os últimos tempos.
Simeão, também ele comovido e iluminado pelo Espírito, dá voz a um cântico Àquele que é luz dos gentios e glória de Israel, acolhendo a sua hora e confirmando o cumprimento da promessa. Estes três cânticos são rezados pela Igreja todos os dias: à tarde nas vésperas, nas completas e na oração da manhã, ritmando assim o louvor do cristão. Esta frequência quotidiana corre, porém, o risco de, sendo um hábito, não atingir a profundidade nem a riqueza que o texto encerra. A este propósito parece-me oportuno fazer este comentário, fruto da lectio divina e da oração litúrgica quotidiana, ao longo dos últimos 20 anos de vida monástica em Bose, e oferecê-lo aos meus Irmãos e Irmãs para que saibam, em cada dia, bom ou mau, louvar o Senhor e bendizê-lo até à hora do Nunc dimittis.
Enzo Bianchi
Bose, 8 Dezembro 1988
(vinte anos depois do início da vida em comunidade)