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Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor

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Domingo 17 Abril 2011
Reflexões sobre as leituras
de LUCIANO MANICARDI
A autoridade incomparável de Jesús deve-se ao seu conhecimento e aceitação da vontade divina; por outras palavras deve-se à obediência às Escrituras

Ano A 

Procissão

Mt 21,1-11

A entrada de Jesús em Jerusalém é posta, em Mateus, sob o signo do cumprimento da Palavra profética (cf. Mt 21,4-5). A citação de Zc 9,9 põe Jesús na esteira do Rei "justo, salvado e humilde" (segundo o texto hebraico) de que fala o texto profético. Mas é significativo que o incipit do trecho de Zacarias, que convidava Jerusalém à alegria (“Exulta de alegria, filha de Sião! Solta gritos de júbilo, flha de Jerusalém!"), seja substiuído em Mateus com uma citação de Is. 62,11: “Dizei à filha de Sião: aí vem o teu Rei, ao teu encontro, manso e montado num jumentinho;” (Mt 21,5). Desta forma a entrada de Jesús na cidade santa tranforma-se uma palavra para Sião, um anúncio que a interpela mas a que a cidade não responde com alegria mas sim com perturbação e desconfiança: "...,toda a cidade ficou em alvoroço. "Quem é este?" - perguntavam." (Mt 21,10). Os eventos da vida e da história, lidos à luz das Escrituras, tornam-se Palavra que pede dicernimento ao crente. 

Mateus cita o oráculo de Zacarias mantendo apenas o atributo de mansidão do Rei que entra na cidade santa. A mansidão do "Messias" Jesús (cf. Mt 11,29) consiste na renúncia às prerrogativas reais, ao uso da força e do poder quase ilimitado, para escolher conscientemente a via da humildade, da não-violência, do respeito, do agir pacificamente. Se este Rei é "fraco", é-o graças a uma grande força que presidiu à sua escolha: a escolha de renunciar à força e ao poder.