III Domingo de Páscoa
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Reflexões sobre as leituras
de LUCIANO MANICARDI
O paradoxo do Deus crucificado transforma-se no paradoxo do crucifixo em Deus, do ressuscitado que tem um corpo ferido e marcado pelo mal que sofreu
A aparição do ressuscitado aos seus discípulos (Evangelho) é o acontecimento central que caracteriza o terceiro Domingo da Páscoa, Domingo em que o anúncio Pascal ressoa ainda nas palavras de Pedro nos Actos (1ª leitura). A segunda leitura prossegue a lectio descontínua da Primeira Carta de João que caracteriza o Domingo de Páscoa no Ano B e que apresenta o Ressuscitado como Aquele que obtém a remissão dos pecados para o mundo inteiro.
O Evangelho mostra o Ressuscitado "no meio" dos seus e a fazer reinar a paz entre eles (Lc 24,36). Cristo está no meio dos seus "como Aquele que serve" (Lc 22,27) e o serviço que o Ressuscitado presta à sua comunidade é a paz. A experiência da presença do Ressuscitado na comunidade é de paz e de comunhão, realidades que, no espaço cristão, não são psíquicas, afectivas ou fruto de compromissos, mas teologais, ligadas à fé.
O grupo dos onze e dos outros que estavam com eles (cf. Lc 24,33), como acontece em cada comunidade cristã, congrega confissões de fé (v. 34) e de dúvida (v. 38), alegria e incredulidade (v. 41). Não basta que Jesus seja visto, escutado, tocado e que coma diante deles para que os discípulos tenham fé. É necessária ainda a abertura da sua mente à inteligência das Escrituras. Sem as Escrituras, não acontece a fé Pascal. Não é suficiente tocar no corpo do Ressuscitado: Cristo deve ser encontrado no corpo das Escrituras para que nasça a fé Pascal que o denuncia como Aquele que realiza o desenho de salvação do Pai. Escreve Ugo di San Vittore: “A Palavra de Deus revestida de carne humana apareceu uma só vez de forma visível e agora, esta mesma Palavra, vem até nós escondida nas páginas das Escrituras e na voz humana que a proclama”.
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