XXVII domingo do Tempo Comum
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Reflexões sobre as leituras
de LUCIANO MANICARDI
Se os fariseus tomaram o partido do homem que quer repudiar a mulher, Jesus lembra a origem da união entre o homem e a mulher, o momento em que os dois se unem para começar uma história comum.
7 outubro 2012
de LUCIANO MANICARDI
Ano B
Gen 2,18-24; Sal 127; Heb 2,9-11; Mc 10,2-16
Deus criou o homem e a mulher para que, unindo-se, sejam uma só carne: existe, de facto, uma solidão mortal, negativa (cf. Gen 2,18) e o homem entra na vida entrando em relação com o outro. A vida é relação e a alteridade homem-mulher está no coração da vida e da sua transmissão (I leitura). Jesus, interrogado sobre o problema do repúdio, remete para o texto dos Génesis e reitera que a vontade original de Deus criador para com o homem é a união monogâmica e indissolúvel: “Não separe o homem aquilo que Deus uniu” (Evangelho).
Exemplar é a aproximação divergente ao delicado problema do matrimónio, do amor do homem e da mulher que se torna relação, história, apresentado pelos fariseus e por Jesus. Os fariseus interrogam Jesus sobre uma questão de licitude: “É lícito?” (Mc 10,2). A mentalidade religiosa e escrupulosa arrisca-se a reduzir a relação do homem com Deus e com os outros homens a uma questão de legitimidade ou de menos ainda. Se as leis santas, se as leis da Igreja o consentem, então “estão de acordo com Deus” e com a consciência. Jesus, ao contrário, coloca o problema no plano da relação com Deus e com a outra pessoa.