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Comentários às leituras dos domingos e dos dias festivos

V Domingo de Páscoa

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6 maio 2012
Reflexões sobre as leituras
de
LUCIANO MANICARDI
Para nós, que muitas vezes pensamos já ser discípulos, já ser cristãos, o Evangelho recorda que a vida cristã é um caminho        

domingo 6 maio 2012

Ano B
Act 9,26-31; Sal 21; 1Jo 3,18-24; Jo 15,1-8

O V, VI e VII domingo de Páscoa apresentam um trecho evangélico extraído do chamado "discurso do Adeus" de Jesus no quarto evangelho (Jo 13-17). Neste domingo as leituras mostram aspectos distintos da vida espiritual e eclesial que brotam do acontecimento Pascal. O Evangelho sublinha a comunhão que o crente vive com o Senhor e como se pode preservar essa comunhão; a segunda leitura vai ao fundo da dimensão interior da relação com o Senhor: interioridade evocada pela palavra "coração" e pela experiência da morada de Deus no crente e a permanência simultânea deste em Deus. O texto da primeira Carta de João propõe obediência aos mandamentos do Senhor, sobretudo ao mandamento novo do amor recíproco, como elemento fundador e estruturante da comunidade cristã. Viver o amor recíproco significa mostrar de forma visivel a fé no ressuscitado. Por fim, o trecho dos Actos (1ª leitura) mostra a força do ressuscitado a trabalhar em Paulo que de persseguidor se torna em anunciador, zelozo e franco, do Evangelho.

A autorevelação de Jesus "Eu sou a verdadeira videira" situa-O quer em relação com o Pai (o vinhateiro) quer em relação com os discípulos (os ramos). Como é essencial aos ramos permanecerem na videira para dar fruto, assim é essencial ao discípulo permanecer em Cristo para dar fruto. O que significa permanecer em Cristo? Para João "permanecer" (verbo ménein) não é adequar-se ao status em que nos encontramos, mas indica um acontecimento dinâmico, designa a maturidade da relação de fé e de amor do crente com o seu Senhor. Segui-Lo significa interiorizá-Lo e permanecer no amor de Cristo. O amor não é uma experiência de um momento mas sim relação, história, quando se permanece n'Ele. Guardar a experiência pessoal de amor é essencial para desenvolver a capacidade de amar de forma adulta e madura.


 

Permanecer no amor torna-se fundamento do permanecer e preserverar na fé. Mais: o permanecer em (em Cristo, no seu amor, na sua palavra) é fundamental para o permanecer com (com os irmãos na vida comum, na Igreja). A experiência de fé, como permanecer, é experiência de interioridade e profundidade espiritual e é experiência de perseverança e de comunhão. Mas a comunhão eclesial tem uma sólida e imprescindível âncora na comunhão pessoal e interior com o Senhor. Sem esta, a vida eclesial é hipócrita. Sem um espaço de vida interior e de comunhão pessoal com o Senhor o "Eu" não consegue dizer "Nós" de forma livre, convicta e plena de amor e arrisca-se a vergar o "Nós" ao "Eu" e de viver as relações com os outros medindo forças.

“Quem permanece em mim e Eu nele, esse dá muito fruto, pois, sem mim, nada podeis fazer". Analogamente Jesus declara: “o Filho, por si mesmo, não pode fazer nada, senão o que vir fazer ao Pai" (Jo 5, 19) e: "Por mim mesmo, Eu não posso fazer nada" (Jo 5, 30). Jesus é inteiramente definido pela sua relação com o Pai: Ele revela o Pai porque se despoja de si, porque não faz nada por si próprio. Ora, o que os discípulos, e logo os crentes, têm em comum com Jesus é este "nada", este "nada" de próprio no qual está a sua liberdade e a sua força. Para dar fruto o ramo deve ser podado e o crente, para dar fruto em abundância, deve conhecer um despojamento, uma purificação, uma morte de si mesmo, por amor, em nome do amor. Com efeito, só uma fé que que se configura como relação de amor se torna possível de viver com preserverança!

O “dar muito fruto” é explicado por Jesus com a frase “e vos comporteis como meus discípulos" (Jo 15,8). Para nós, que muitas vezes pensamos já ser discípulos, já ser cristãos, o Evangelho recorda que a vida cristã é um caminho em que se aprende a ser discípulo, a ser cristão. Inácio de Antioquia, no fim de uma longa vida de santidade, enquanto era conduzido ao martírio disse: “Agora, começo a ser discípulo” (Ai Romani V,3).

LUCIANO MANICARDI

Comunidade de Bose
Eucaristia e Parola
Textos para as Celebrações Eucarísticas - Ano B
© 2010 Vita e Pensiero a l

IV Domingo de Páscoa

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29 Abril 2012
Reflexões sobre as leituras
de
LUCIANO MANICARDI
Escutar e conhecer o Senhor são iniciativas pessoais que introduzem à vida espiritual e orientam para uma unidade interior

Domingo 29 Abril 2012

Ano B

Act 4,8-12; Sal 117; 1Jo 3,1-2; Jo 10,11-18

O quarto domingo de Páscoa, domingo do Bom Pastor, tem o seu fulcro no Evangelho que, com a imagem de Jesus pastor, apresenta uma síntese do acontecimento Pascal, ponto culminante da história da salvação. No seu ministério Jesus foi pastor de um "pequeno rebanho" (Lc 12,32) expondo a sua vida até a dar por amor aos seus (cf. Jo 10,11-15: referência à morte de Cristo); a sua morte e ressurreição prolonga e estende o seu ministério de pastor, que cria comunhão e unidade, a nível universal (Jo 10,16-18: referência à ressurreição). E por força do acontecimento Pascal Ele é o "Bom Pastor", isto é, o pastor que dá a salvação, o único a quem cabe este título que, no Antigo Testamento, designa Deus em relação com o povo de Israel, no seu conjunto (Sal 80: “Tu, pastor de Israel”) e com cada filho de Israel, individualmente (Sal 23: “O Senhor é eu pastor”). A primeira leitura tirada, como sempre no tempo Pascal, (segundo a antiga tradição litúrgica) dos Actos dos Apóstolos, apresenta o anúncio da Ressurreição de Cristo no discurso de Pedro ao Sinédrio: as energias da ressurreição sopram na Igreja e, graças à fé, o nome do Senhor cura os doentes. A segunda leitura apresenta o cristão como filho de Deus regenerado pelo dom de amor do Pai.

O paradoxo cristão surge da revelação de Jesus como "Bom pastor", isto é, como único e autêntico pastor: Ele “dá a vida pelas ovelhas”, isto é, arrisca a vida, expõe-na aos perigos dos ladrões e dos animais ferozes, para salvar as suas ovelhas. E dá mesmo a vida, ao morrer pelos seus. Ele não é um mercenário, um assalariado, mas o pastor, ligado às ovelhas por laços pessoais e de amor. Não há nada de funcional na qualidade de pastor que Cristo vive: Ele está ligado ao Pai pela obediência e pelo amor (“O Pai conhece-me e Eu conheço o Pai”) e vive vinculado pelo conhecimento, amor e pertença com as ovelhas: “Conheço as minhas (ovelhas) e elas (ovelhas) conhecem-me”. Tudo se joga no plano da relação, não do papel nem da função, mas sobre o plano do amor e não do dever: “Ninguém tem um amor maior do que este: dar a vida pelos amigos” (Jo 15,13).


 

A revelação do pastor torna-se também revelação da qualidade das ovelhas, ou, metáforas à parte, do crente que segue o pastor Jesus Cristo. O crente é aquele que conhece o Senhor e escuta a sua voz (vv. 14.16). Escutar e conhecer o Senhor são iniciativas pessoais que introduzem à vida espiritual e orientam para uma unidade interior. Mas são também ações eclesiais que permitem que o Senhor governar a sua comunidade e conduzi-la à unidade: “Tornar-se-ão um só rebanho e um só pastor”. O texto antevê um povo composto por pessoas, não apenas oriundas de Israel, mas também por gentios (“tenho outras ovelhas que não são deste redil"), que será fruto da Páscoa (“E eu quando for erguido da terra, atrairei todos a mim”: Jo 12,32) e que se realizará no eschaton (“o cordeiro os apascentará”: Ap 7,17). João apresenta Jesus como o pastor universal: só este título O justifica. É Jesus Cristo o “Pastor da Igreja universal dispersa por toda a terra”, como diz o Martirio di Policarpo (XIX,2). João fala da unicidade do pastor, que é Cristo, não do redil, como entende erradamente a tradução latina de Jerónimo (et fiet unum ovile) suscitando interpretações que viam nela uma referência à cadeira Petrina: “João não teria mais dito que Pedro era o único pastor!” (Ignace de la Potterie).

O vínculo entre Cristo “bom pastor” e a ressurreição emerge também da antiga arte funerária cristã que representa Cristo com uma ovelha às costas já nas antigas catacumbas e nas zonas de sepulturas: Ele é o pastor que conduz o homem, através da morte, à vida eterna, em Deus.

LUCIANO MANICARDI

Comunidade de Bose
Eucaristia e Parola
Textos para as celebrações eucarísticas - Ano B
© 2010 Vita e Pensiero e

III Domingo de Páscoa

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22 Abril 2012
Reflexões sobre as leituras 
de
LUCIANO MANICARDI
O paradoxo do Deus crucificado transforma-se no paradoxo do crucifixo em Deus, do ressuscitado que tem um corpo ferido e marcado pelo mal que sofreu

domingo 22 Abril 2012 
Ano B
Act 3,13-15.17-19; Sal 4; 1Jo 2,1-5a; Lc 24,35-48

A aparição do ressuscitado aos seus discípulos (Evangelho) é o acontecimento central que caracteriza o terceiro Domingo da Páscoa, Domingo em que o anúncio Pascal ressoa ainda nas palavras de Pedro nos Actos (1ª leitura). A segunda leitura prossegue a lectio descontínua da Primeira Carta de João que caracteriza o Domingo de Páscoa no Ano B e que apresenta o Ressuscitado como Aquele que obtém a remissão dos pecados para o mundo inteiro.

O Evangelho mostra o Ressuscitado "no meio" dos seus e a fazer reinar a paz entre eles (Lc 24,36). Cristo está no meio dos seus "como Aquele que serve" (Lc 22,27) e o serviço que o Ressuscitado presta à sua comunidade é a paz. A experiência da presença do Ressuscitado na comunidade é de paz e de comunhão, realidades que, no espaço cristão, não são psíquicas, afectivas ou fruto de compromissos, mas teologais, ligadas à fé.

O grupo dos onze e dos outros que estavam com eles (cf. Lc 24,33), como acontece em cada comunidade cristã, congrega confissões de fé (v. 34) e de dúvida (v. 38), alegria e incredulidade (v. 41). Não basta que Jesus seja visto, escutado, tocado e que coma diante deles para que os discípulos tenham fé. É necessária ainda a abertura da sua mente à inteligência das Escrituras. Sem as Escrituras, não acontece a fé Pascal. Não é suficiente tocar no corpo do Ressuscitado: Cristo deve ser encontrado no corpo das Escrituras para que nasça a fé Pascal que o denuncia como Aquele que realiza o desenho de salvação do Pai. Escreve Ugo di San Vittore: “A Palavra de Deus revestida de carne humana apareceu uma só vez de forma visível e agora, esta mesma Palavra, vem até nós escondida nas páginas das Escrituras e na voz humana que a proclama”.


 

Se as Escrituras se resumem ao mistério Pascal e se tal mistério é o cumprimento das Escrituras, então, na verdade, também a missão e a pregação da Igreja radicam no testemunho das Escrituras, no Novo Testamento: “Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e ressuscitar de entre os mortos, ao terceiro dia; que havia de ser anunciada, em seu nome, a conversão para o perdão dos pecados a todos os povos, começando por Jerusalém." (Lc 24,46-47). Fundada sobre o acontecimento Pascal, a Igreja encontra nas Escrituras, no Antigo Testamento, o testemunho e a profecia daquele acontecimento e também da sua essência. “Disto vós sois testemunhas”: disto e não de qualquer outra coisa, poderíamos acrescentar. Mas ser testemunha do Ressuscitado significa também ser testemunha das Escrituras. A palavra mártys (testemunha) tem como raíz uma palavra que significa “pensar”, “recordar-se”, “estar preocupado”. A testemunha é, antes de mais, aquele que medita e recorda as Escrituras que falam de Cristo (“as coisas escritas sobre mim na lei…”). É daí que nasce a missão, conotada com o pedido de conversão, com o anúncio da misericórdia de Deus e da remissão dos pecados (cf. Lc 24,47).

O Ressuscitado mostra aos seus discípulos as mãos e os pés, os membros perfurados, a carne humana ferida. A encarnação proporcionou a Deus a experiência do sofrimento, do padecer e morrer. E agora o Ressuscitado é encontrado na carne dos que sofrem, tocado nos corpos das vítimas do mal. Cristo não é um espírito ou um fantasma (v. 37) e o cristianismo não é uma alienação ou um espiritualismo quando leva a sério a dor do mundo, quando confessa o Ressuscitado enquanto cura o necessitado, quando discerne o Ressuscitado enquanto toca a carne ferida do homem. “Tocai-me”, disse Jesus, e este tocar a carne humana ferida para confessar o Ressuscitado, este encontro do mistério do Ressuscitado com o enigma do mal, torna a fé uma procura humilde, às apalpadelas, exactamente como a procura dos pagãos, dos não crentes que procuram Deus “mesmo tacteando” (Act 17,27). O paradoxo do Deus crucificado transforma-se no paradoxo do crucifixo em Deus, do ressuscitado que tem um corpo ferido e marcado pelo mal que sofreu. Corpo que pode ser encontrado nos corpos de quem sofre no meio de nós. É o são materialismo cristão.

LUCIANO MANICARDI

Comunidade de Bose
Eucaristia e Parola
Textos para as Celebrações Eucarísticas - Ano B
© 2010 Vita e Pensiero


II Domingo de Páscoa

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15 Abril 2012
Reflexões sobre as leituras
de
LUCIANO MANICARDI
Em Comunidade experimenta-se a Ressurreição que faz cumprir a passagem do "Eu" ao "Nós"

domingo 15 Abril 2012
de LUCIANO MANICARDI

Ano B

At 4,32-35; Sal 117; 1Gv 5,1-6; Jo 20,19-31

No segundo Domingo de Páscoa, dito "Domingo de Tomé", as leituras apresentam a Comunidade Cristã como fruto do acontecimento Pascal, lugar de experiência da Ressurreição, espaço vivo pela fé no Ressuscitado. A Comunidade Cristã é o conjunto dos que acreditam: reunidos pela fé no Ressuscitado, testemunham-na: a comunhão material, a abulição do "Meu" que exclui, para o transformar em partilha que serve as necessidades de cada um, é o centro deste testemunho, reflexo direto do acontecimento Pascal (1ª leitura). Se a Ressurreição é a vitória de Cristo no mundo (Jo. 16,33), a fé do Cristão, imersa no combate espiritual contra os ídolos, pode participar dessa vitória (2ª leitura). A Páscoa de Cristo não cria apenas um espaço novo - a comunidade do crentes -, mas institui, também, um tempo novo, de memória da ressurreição, que é o Domingo (Evangelho). A passagem do Evangelho confirma a reunião semanal dos crentes ("oito dias depois"): o domingo é o tempo sacramental no qual o Ressuscitado encontra a sua comunidade reunida.

A apresentação do ressuscitado aos discípulos na tarde do dia de Páscoa provoca uma alteração nos discípulos: um grupo de homens com medo e vergado sobre si mesmo, que quase jaz num túmulo, num lugar fechado, simbolicamente assemelhável a um sepulcro, é renascido como comunidade capaz de testemunhar e anunciar. A passagem do medo à alegria significa que encontrar o ressuscitado é fazer uma experiência de ressurreição, em vida. O gesto de Jesus, cujo hálito os discípulos sentem, é o gesto da criação (cf. Gen 2,7; Sap 15,11), da passagem da morte à vida (cf. 1Re 7,21; Ez 37,9), das trevas à luz (cf. Tb 11,11). Encontrar o Ressuscitado significa, também, ser testemunha da Ressurreição: o dom do Espírito com o poder de redimir os pecados torna os discípulos participantes da vitória da vida sobre a morte, que é a Ressurreição. A remissão dos pecados é fruto e testemunho da Ressurreição. A Igreja testemunha a Ressurreição de Jesus anunciando e fazendo atuar entre os homens a remissão dos pecados.


 

A vida comunitária é, em si mesma, lugar de experiência Pascal. Tomé, ausente na primeira manifestação de Cristo (Jo 20,19-23) e presente na segunda (Jo 20,26-28), não tem necessidade de pôr a sua mão nas feridas de Jesus para ultrapasssar a sua incredulidade (Jo 20,24-25): o próprio fato de estar com os outros, em comunidade, altera a situação. Em Comunidade experimenta-se a Ressurreição que faz cumprir a passagem do "Eu" ao "Nós", num movimento que declina o "Eu", para fazer viver com e para os outros, de tal forma que os pecados de cada um são conhecidos, acolhidos e não julgados pelos outros. Tomé, que não acreditou no anúncio que o seus irmãos fizeram, foi acolhido – como incrédulo – no grupo dos discípulos reunidos, oito dias depois.

Se a comunidade é o lugar sacramental da presença do Ressuscitado, o mesmo acontece para as Escrituras. O crente encontra o corpo do Ressuscitado no corpo comunitário, no corpo das Escrituras e obviamente no corpo Eucarístico: o Evangelho, definido como "sinais escritos", é capaz de suscitar a fé que conduz à salvação, isto é, à comunhão de vida com o Senhor. É sacramento do poder de Deus (“o Evangelho é poder de Deus para a salvação de todo o crente,..."Rm 1,16); é poder revelado com a Ressurreição da morte de Jesus e que se manifesta, sempre renovado, na remissão dos pecados em nome de Jesus.

Comunidade e Escritura são também o que concretiza a ação do espírito - grande dom do Ressuscitado aos seus - ao mesmo tempo que são insufladas de vida. Comunidade e Escrituras interagem com o Espírito criando uma perichoresis, uma circulação, que é explicada com a Liturgia: nela o Espírito vivifica o grupo humano, tornando-o corpo de Cristo e ressuscita as páginas antigas das Escrituras tornando-as palavras vivas e atuais de Deus para com o seu povo.

LUCIANO MANICARDI

Comundade de Bose
Eucaristia e Parola
Textos para as Celebrações Eucarísticas - Ano B
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